México – Um vídeo de extrema violência divulgado em meados de 2018 chocou as autoridades mexicanas e a opinião pública ao mostrar a execução cruel de um homem identificado apenas pelo apelido de “Morena”. A gravação, que circulou em redes sociais e plataformas especializadas em cobertura do narcotráfico, revela um ritual de punição por traição, supostamente praticado por uma facção ligada ao antigo grupo dos Zetas.
No registro, a vítima aparece sentada, já com os dois pés amputados. Enquanto sangra, é obrigada a repetir frases de lealdade ao cartel, como “¡Arriba los Zetas!”. Seus algozes, fora do enquadramento da câmera, zombam de seu estado com perguntas como “¿Ya te estás durmiendo, Morena?”, referindo-se à perda de consciência causada pela hemorragia. O vídeo termina abruptamente após cerca de três minutos, antes do desfecho do ato.
A execução segue um padrão típico de grupos criminosos que utilizam o terror como forma de controle interno e intimidação externa. Embora os Zetas tenham perdido sua estrutura original naquele período, remanescentes e facções dissidentes — especialmente no estado de Tamaulipas — ainda empregavam métodos semelhantes para punir desertores ou informantes.
As autoridades mexicanas não confirmaram publicamente a autenticidade do vídeo, mas investigações preliminares indicaram que o caso ocorreu em uma região de forte influência do narcotráfico, onde disputas internas entre células criminosas são frequentes. Até hoje, a identidade da vítima e dos executores permanece sob sigilo.
O episódio reacendeu o debate sobre a escalada da violência no país e o uso de registros brutais como ferramenta de propaganda por parte do crime organizado. Especialistas alertam que, mesmo com o declínio de grandes cartéis, práticas de execução ritual e exibição de corpos continuam ativas em grupos menores, que herdam táticas de grupos mais antigos.
Apesar do impacto causado pela divulgação do vídeo, autoridades reforçam que a reprodução de imagens desse tipo pode contribuir para a banalização da violência e representar riscos éticos e legais. Por essa razão, veículos de comunicação tradicionais evitam exibir ou descrever detalhes gráficos de tais registros.

