Caso Anatoly Slivko: O Serial Killer da Rússia

Anatoly Yemelianovich Slivko foi um assassino em série que assassinou e abusou de sete garotos no século passado.




Nascido na República Socialista Soviética da Rússia, Anatoly tinha 23 anos na época: era casado e pai de dois filhos pequenos. Segundo alguns relatos, ele era um homem feliz. Outros afirmam, porém, que sofria de insônia, perda de apetite, odiava sua própria aparência e tinha grande dificuldade em manter relações sexuais com sua esposa, Lyudmila, com quem havia se conhecido alguns anos antes no Clube Infantil (equivalente soviético ao clube de escoteiros), onde ele trabalhava.


Lyudmila e Anatoly

Anatoly e seus filhos

Embora Anatoly tivesse cortejado Lyudmila, os dois nunca se tocaram durante o namoro. Mesmo após 17 anos de casamento, o sexo era tão raro que ela se considerava sortuda por ter tido apenas dois filhos. Anatoly era, aparentemente, um bom marido e pai — mas algo nele, que nem ele mesmo compreendia, estava profundamente errado. Essa dualidade durou até uma tarde de verão de 1961, quando ele descobriu o que, segundo suas próprias palavras, “estava perdendo a vida toda”.



Em um dia particular de sua vida, Anatoly passeava pela cidade quando testemunhou um terrível acidente que mudaria sua existência para sempre. Ele viu um motociclista embriagado colidir contra um grupo de pedestres, ferindo fatalmente um adolescente.

Todos os presentes ficaram horrorizados com a cena. Anatoly, no entanto, permaneceu imóvel, incapaz de desviar os olhos do garoto caído no chão. Sentiu o cheiro da gasolina que escorria da motocicleta, provocando um pequeno incêndio que carbonizava o corpo do jovem. Por incrível que pareça, aquela visão despertou nele uma forte excitação sexual.

Foi ali que percebeu: cada elemento daquela cena — o fogo, o cheiro de gasolina, o corpo do menino convulsionando em agonia, o uniforme dos Jovens Pioneiros (camisa branca, gravata fina e sapatos polidos) — o excitava profundamente. Cada detalhe daquele “quebra-cabeça horrível” alimentava uma fantasia que ele passaria a recriar obsessivamente nos anos seguintes.

“Senti atração pelo garoto pela primeira vez na minha vida. Havia muito sangue e gasolina no asfalto. O cheiro da gasolina e o fogo me fizeram desejar machucar um garoto. Esse sentimento me assombrou, e tive que me esforçar muito para fazê-lo desaparecer. Mas, cinco ou seis meses depois, após uma ejaculação noturna, a mesma excitação voltou e passou a me perseguir constantemente.”


Em 1963, quase dois anos após esse episódio, Anatoly começou a explorar sua posição no Clube Infantil “Chergid”, onde ainda trabalhava. Passou a estabelecer laços mais próximos com alguns dos jovens do grupo. Respeitado na comunidade e premiado por seus curtas-metragens educativos, era querido tanto por crianças quanto por adultos.

Seus alvos preferenciais tinham entre 13 e 17 anos, eram de baixa estatura e frequentavam o clube. Como instrutor de trilhas, tinha permissão para levar os garotos em excursões — algo que as crianças adoravam e viam como uma grande aventura.



Desesperado por reviver a fantasia despertada pelo acidente de 1961, Anatoly preparou o cenário para seu primeiro “experimento” — como viria a chamar seus atos. Convenceu um garoto a participar de um suposto exercício para “alongar a coluna”, que envolvia enforcamento controlado. Colocou uma corda no pescoço do menino e o suspendeu até que perdesse a consciência. Em seguida, removeu a corda e se masturbou, ejaculando nos sapatos do garoto — descobrindo, assim, um novo fetiche: os pés.

Quando o menino acordou, não recordava o que havia acontecido.


Vítima de Anatoly


Anatoly cometeu seu primeiro assassinato em junho de 1964. Filmou e fotografou todo o processo. Enforcou Nikolai Dobryshev, um garoto de 15 anos. Quando o menino perdeu a consciência, Anatoly o posicionou de forma que considerava sexualmente excitante, masturbou-se e acariciou o corpo do adolescente por um longo tempo.

Ao perceber que Nikolai não acordaria — e que seus esforços para reanimá-lo falharam —, Anatoly desmembrou e queimou o corpo, enterrando os restos. Guardou os sapatos do garoto como souvenir, mas destruiu as fotos e o filme do episódio. (Após sua prisão, afirmou à polícia que não pretendia matar essa vítima específica.)



Em maio de 1965, Anatoly matou pela segunda vez. Sua vítima foi Aleksei Kovalenko. Usou a mesma tática: ganhou a confiança do garoto como líder do clube, convencendo-o a participar de um “experimento científico”.




Convencidos de que Anatoly os reanimaria após perderem a consciência, muitos garotos tornaram-se voluntários entusiasmados por esses “experimentos”. Uma vez escolhida a vítima e obtido seu consentimento, Anatoly comprava um novo uniforme dos Jovens Pioneiros (obrigatório para o ritual) e engraxava cuidadosamente os sapatos do menino. A única regra imposta era: não comer nas três horas anteriores ao “experimento” — Anatoly não queria que a vítima vomitasse durante o enforcamento.



Nos 22 anos seguintes, Anatoly chegou a persuadir 43 meninos e adolescentes a participarem de seus “experimentos de enforcamento”. Em 36 desses casos, conseguiu reanimar as vítimas, que, ao acordar, não lembravam quase nada do ocorrido e foram orientadas a manter sigilo. Somente décadas depois — exatamente 22 anos após o primeiro crime — alguns desses sobreviventes (já adultos) perceberam que vários dos outros “voluntários” nunca mais foram vistos.

Foi então que, ao tomarem conhecimento das gravações que Anatoly fez de cada “experimento”, compreenderam a verdade: aquele homem respeitado não era um mentor, mas um predador que os usara para satisfazer seus fetiches sexuais e sua sede de violência.




Após o desaparecimento de sua última vítima, a polícia iniciou uma investigação sobre as atividades do clube de Anatoly. Descobriram um quarto secreto em sua casa, repleto de provas: ferramentas, cordas, serras, machados, sapatos, além de centenas de fotos e vídeos gravados ao longo de 22 anos.



Anatoly foi preso em dezembro de 1985 e acusado de sete assassinatos, abuso sexual e necrofilia. Condenado à morte, foi executado com um tiro na cabeça.

Uma de suas fitas foi descoberta e posteriormente divulgada na internet. Abaixo, você encontra vídeos perturbadores relacionados ao caso.

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